Na manhã de 23 de janeiro de 2023, a 73ª Berlinale divulgou os filmes selecionados para as suas duas mostras mais prestigiosas: a Competição, onde são atribuídos os Ursos de Ouro e de Prata, e a Encontros, que reúne as formas mais ousadas e radicais de cinema. Infelizmente, nenhuma obra brasileira figura nestas seleções, de ampla maioria europeia.
Pelo visto, o Festival de Berlim está seguindo o caminho consolidado (e criticado) de Cannes, conhecido por reservar um único posto na competição, a cada ano, para produções sul-americanas, enquanto lota a disputa com produções francesas, espanholas, alemãs e italianas. Filmes do leste europeu e de países também foram desprezados. A Alemanha parte com força, graças à presença dos novos filmes de Margarethe von Trotta, Christian Petzold e Angela Schanelec. Philippe Garrel e Nicolas Philibert são os veteranos que representam a França, em meio aos dezoito filmes — seis deles dirigidos por mulheres, e onze deles, de cineastas que já estiveram na briga pelo Urso de Ouro antes.
A maior surpresa talvez venha de uma rara animação escolhida para a Mostra Competitiva (o japonês Suzume), enquanto o sul-coreano Hong Sang-soo, uma das coqueluches da Berlinale, foi colocado na Mostra Encontros, ao invés da Competição.
Confira a lista de títulos selecionados pelo diretor artístico Carlo Chatrian e sua equipe:
Competição
- 20,000 Species of Bees, de Estibaliz Urresola Solaguren (Espanha)
- The Shadowless Tower, de Zhang Lu (China)
- Till the End of the Night, de Christoph Hochhäusler (Alemanha)
- BlackBerry, de Matt Johnson (Canadá)
- Disco Boy, de Giacomo Abbruzzese (França, Itália, Polônia, Bélgica)
- The Plough, de Philippe Garrel (França, Suíça)
- Ingeborg Bachmann – Journey into the Desert, de Margarethe von Trotta (Alemanha, Suíça, Áustria, Luxemburgo)
- Someday We’ll Tell Each Other Everything, de Emily Atef (Alemanha)
- Limbo, de Ivan Sen (Austrália)
- Mal Viver, de João Canijo (Portugal, França)
- Manodrome, de John Trengove (Reino Unido)
- Music, de Angela Schanelec (Alemanha, França, Sérvia)
- Past Lives, de Celine Song (Estados Unidos)
- Afire, de Christian Petzold (Alemanha)
- On the Adamant, de Nicolas Philibert (França, Japão)
- The Survival of Kindness , de Rolf de Heer (Austrália)
- Suzume, de Makoto Shinkai (Japão)
- Tótem, de Lila Avilés (México, Dinamarca, França)
Encontros
- The Klezmer Project, de Leandro Koch, Paloma Schachmann (Argentina, Áustria)
- The Adults, de Dustin Guy Defa (Estados Unidos)
- The Echo, de Tatiana Huezo (México, Alemanha)
- Here, de Bas Devos (Bélgica)
- In the Blind Spot, de Ayşe Polat (Alemanha)
- The Cage is Looking for a Bird, de Malika Musaeva (França, Rússia)
- My Worst Enemy, de Mehran Tamadon (França, Suíça)
- White Plastic Sky, de Tibor Bánóczki, Sarolta Szabó (Hungria, Eslováquia)
- In Water, de Hong Sangsoo (Coreia do Sul)
- Family Time, de Tia Kouvo (Finlândia, Suécia)
- The Walls of Bergamo, de Stefano Savona (Itália)
- Orlando, My Political Biography, de Paul B. Preciado (França)
- Samsara, de Lois Patiño (Espanha)
- Eastern Front, de Vitaly Mansky, Yevhen Titarenko (Letônia, República Tcheca, Ucrânia)
- Viver Mal , de João Canijo (Portugal, França)
- Absence, de Wu Lang (China)