Entre os dias 8 e 11 de dezembro, a Cinemateca Brasileira apresenta uma nova mostra gratuita sobre o cinema brasileiro. 100 Anos de Ozualdo Candeias é o nome do evento em comemoração ao cineasta que fugiu dos padrões até na certidão de nascimento: ele teria nascido, de fato, em 1918, mas foi registrado em Cajobi, São Paulo, em 1922. O autor foi um dos pais do Cinema Marginal, tendo dirigido obras que definiram a estética da Boca do Lixo ao utilizarem a precaridade de maneira inventiva e politizada.
No total, serão apresentados nove trabalhos do cineasta, com foco em A Margem (1967), considerado um dos filmes mais importantes da história do cinema nacional. Os frequentadores da Cinemateca também (re)descobrem A Herança (1970), livre adaptação de Hamlet com David Cardoso no elenco; Zézero (1974), périplo de um camponês, concebido inteiramente a partir de sobras de negativos vencidos; e Aopção ou As Rosas da Estrada (1981), vencedor do Leopardo de Bronze em Locarno, no qual Candeias atua, roteiriza, dirige, fotografa e monta. A história gira em torno de caminhoneiros e trabalhadores à beira da estrada, remetendo à época da vida em que o próprio artista dirigia caminhões.
O centenário permite descobrir um estilo único, provocador, e determinante no diálogo com um Brasil que atravessava a ditadura militar. Confira a programação completa: