No último Festival de Veneza, o cinema brasileiro esteve representado por três curtas-metragens realizados por cineastas provenientes da comunidade Yanomami: Mãri Hi – A Árvore do Sonho, Yuri U Xëatima Thë – A Pesca com Timbó e Thuë Pihi Kuuwi – Uma Mulher Pensando. Estes projetos já tinham se destacado em eventos nacionais, a exemplo do Festival de Gramado, onde A Árvore do Sonho foi premiada. Os diretores Morzaniel Ɨramari, Aida Harika, Edmar Tokorino e Roseane Yariana desenvolveram sua relação com a arte cinematográfica através de oficinas com antropólogos e formadores culturais.
Em pouco tempo, já apresentam ao público um olhar próprio à sua cultura, revelando ao olhar dos brancos aspectos pouco valorizados das tradições indígenas. Nesta entrevista, os cineastas falam sobre seu percurso artístico, enquanto os produtores Eryk Rocha, Gabriela Carneiro da Cunha e Margarida Serrano explicam as circunstâncias que permitem fomentar um polo de criação artístico entre os povos originários.