Desde o festival Curta Kinoforum, em 2023, Lapso tem construído um belo caminho pelos eventos cinematográficos brasileiros. O projeto da diretora Caroline Cavalcanti passou pelo Cine Ceará e a Mostra de Tiradentes, onde teve boas repercussões com a história de dois adolescentes da periferia, que se encontram e unem forças contra a crescente repressão policial.
Além dos preconceitos enfrentados devido à região onde nasceram, Juliano (Juan Queiroz) e Bel (Beatriz Oliveira) são dois jovens negros, e ela possui deficiência auditiva. Este tema é importante à cineasta — ela mesma, uma artista surda oralizada. Por isso, era fundamental contratar uma atriz que fosse realmente PCD, além de incorporar outros trabalhadores com deficiência na equipe.
Agora, Lapso chega ao Festival de Berlim, um dos maiores eventos audiovisuais do mundo, onde concorre com curtas-metragens do mundo inteiro. Este é um dos cinco filmes brasileiros que representam o país na Berlinale. Em entrevista ao Meio Amargo, Cavalcanti e Oliveira debatem o conceito de inclusão social e a escolha por nunca revelar em imagens a violência policial: