Lupicínio Rodrigues foi um artista de exceção. Sambista gaúcho numa região de pouca tradição neste estilo musical, ele se tornou o expoente do samba-canção durante a transformação do mercado, que privilegiou a bossa nova, o iê-iê-iê e outros estilos. Dono de uma voz sutil quando os rádios procuravam grandes vozes, ele também enfrentava o racismo numa cidade de maioria branca.
Estas contradições são abordadas em Lupicínio Rodrigues: Confissões de um Sofredor, documentário que estreia nos cinemas brasileiros em 14 de março, pela O2 Play. O filme se baseia em duas longas entrevistas do cantor no fim da carreira, avaliando o seu percurso e comentando os obstáculos encontrados. Nesta entrevista, o diretor Alfredo Manevy discute o projeto e compara a popularidade da música brasileira com aquela do cinema nacional: