Além de um ator fenomenal, presente nos maiores clássicos do cinema brasileiro (Macunaíma, Assalto ao Trem Pagador, Rio Zona Norte), Grande Otelo também foi um artista de extrema lucidez sobre a qualidade das comédias em que atuava. Mesmo discordando de várias representações racistas em chanchadas da Atlântida, explicava com sinceridade aos entrevistadores: “Preciso sobreviver”.
Este contraste constitui o tema do excelente documentário Othelo, o Grande, dirigido por Lucas H. Rossi e produzido por Ailton Franco Jr. Nesta entrevista ao Meio Amargo, eles explicam o motivo de terem abandonado as tradicionais entrevistas para privilegiarem um filme em primeira pessoa, onde o próprio artista narra a sua história, a partir de 300 horas de material coletado: