A chegada de Luz nos Trópicos aos cinemas brasileiros era uma incógnita: afinal, o drama parecia pouco acessível, tanto pela extensa duração (4h20) quanto pela narrativa radical, que salta entre séculos e países com naturalidade, de Nova York ao Xingu, numa epopeia através da história brasileira. Os personagens, de poucas palavras e explicações, navegam literalmente entre o território de povos originários e os rios norte-americanos, questionando as origens do povo sul-americano.
Felizmente, a distribuidora Descoloniza Filmes comprou o desafio de levar ao público esta obra-prima ambiciosa, vencedora do Olhar de Cinema e selecionada no Festival de Berlim. Agora, os cinemas acolhem a experiência dirigida por Paula Gaitán (de Exilados do Vulcão e O Canto das Amapolas), contrária à pressa contemporânea, e repleta de imagens hipnotizantes.
Nesta entrevista, a diretora explica seu processo de criação e as referências para a obra, junto do ator Begê Muniz e da atriz Clara Choveaux: