48ª Mostra de São Paulo | Todos os textos

Entre os dias 17 e 30 de outubro, a 48ª Mostra Internacional de São Paulo apresenta 415 filmes, em 29 salas de cinema da capital paulista.

O Meio Amargo cobre o evento com críticas, entrevistas e artigos. Abaixo, você tem acesso às publicações dos filmes exibidos na Mostra — seja os textos escritos durante a 48ª edição, ou em festivais anteriores onde os títulos também foram exibidos.

Perspectiva Internacional

Anora (dir. Sean Barker | EUA): “Uma comédia com tantas qualidades quanto problemas na hora de transformar a humilhação de uma prostituta numa ‘divertida história de amor'”. Assista à crítica completa em vídeo.

A Cozinha (dir. Alonso Ruizpalacios | México, EUA): “O verdadeiro foco desta iniciativa se encontra no próprio Ruizpalacios, rei de seu mundo, chefe de todos os funcionários, e enfant terrible de um cinema de autor enamorado pelo caos”Leia a crítica completa.

A Redação (dir. Roman Bondarchuk | Ucrânia, Alemanha, Eslováquia, República Tcheca): “Um novo esforço retórico e condescendente em meio às grandes comédias populares destinadas a criticar “tudo o que está aí” — desta vez, aplicada à realidade na Ucrânia”. Leia a crítica completa.

Dahomey (dir. Mati Diop | França, Senegal, Benim): “Possui a consciência louvável de constituir o ponto de partida de uma discussão, ao invés de seu ponto final. Apresenta rara leveza e senso de poesia, inesperados em um documentário sobre peças de museu”. Leia a crítica completa.

Dying — A Última Sinfonia (dir. Matthias Glasner | Alemanha): “O diretor demonstra verdadeira fascinação pelas distintas maneiras de lidar com a finitude, incluindo um vasto panorama de símbolos de perda real ou simbólica”. Leia a crítica completa.

É Apenas um Adeus (dir. Guillaume Brac | França): “O diretor defende um protagonismo da coletividade, algo pertinente à discussão a respeito da renovação dos ideais progressistas numa França ameaçada pelo fantasma da extrema-direita”. Leia a crítica completa.

Esta É Minha Vida (dir. Sophie Fillières | França): “O projeto nunca sabe ao certo onde pretende levar sua clown delirante. O filme ri dela? Ri com ela? Tem pena dela? Todas essas possibilidades, e mais algumas, surgem face à abordagem perigosamente ambígua da autora”. Leia a crítica completa.

Happy (dir. Sandeep Kumar | Áustria): “O diretor avisa que pessoas sofrem, que existe pobreza e injustiça no mundo, que imigrantes são maltratados na Europa. Portanto, caro espectador, pegue leve com os estrangeiros. A vida deles já é horrível o bastante”. Leia a crítica completa.

Pequenas Coisas Como Estas (dir. Tim Mielants | Irlanda, Bélgica): “Jamais soa como uma denúncia pungente, nem um drama capaz de investigar as circunstâncias políticas do episódio — sobretudo, por não se concentrar nem em quem praticou os delitos, nem em quem os sofreu”. Leia a crítica completa.

Permanência em Lugar Nenhum (dir. Tsai Ming-Liang | Taiwan, EUA): “A proposta discretamente radical de Tsai Ming-Liang se assemelha a uma ginástica dos sentidos, um exercício de percepção”. Leia a crítica completa

Quando a Luz Arrebenta (dir. Rúnar Rúnarsson | Islândia, Holanda, Croácia, França): “Há incontáveis maneiras de representar a dor pela perda de alguém. Entretanto, os personagens deste drama apenas choram. Trata-se de uma heroína fraca em motivações e, pior do que isso, limitada ao relacionamento com um homem”. Leia a crítica completa.

Você me Queima (dir. Matías Piñeiro | Argentina, Espanha): “O cineasta estuda a adaptação cinematográfica enquanto forma de tradução. O que resta da linguagem e da literatura, quando são modificadas pela interpretação em outro idioma?”. Leia a crítica completa.

Competição Novos Diretores

Afogamento Seco (dir. Laurynas Bareiša | Lituânia, Letônia): “Talvez constitua uma experiência hermética, por tratar da dessensibilização do espectador diante da dor alheia. No entanto, provoca nossos sentidos e nossa bússola moral”. Leia a crítica completa.

Arcadia (dir. Yorgos Zois | Grécia, Bulgária, EUA): “Remete ao cinema japonês clássico, capaz de olhar para a morte sem piedade nem senso de espetáculo, revestindo-a de poesia por sua simples inevitabilidade”. Leia a crítica completa e a entrevista com o diretor Yorgos Zois.

Eu Vi Três Luzes Negras (dir. Santiago Lozano Álvarez | Colômbia, México, França, Alemanha): “O drama gira em torno da violência física e psíquica, embora não esteja disposto a filmá-la. Acredita que o espectador tenha seu próprio repertório pessoal de lutos a projetar”. Leia a crítica completa.

Hanami (dir. Denise Fernandes | Suíça, Portugal, Cabo Verde): “O drama surpreende pela facilidade no trato com o elenco mirim, mas se enfraquece consideravelmente na segunda metade, quando acelera reviravoltas”. Leia a crítica completa.

Rumo a uma Terra Desconhecida (dir. Mahdi Fleifel | Reino Unido, Irlanda, França, Alemanha, Grécia, Holanda, Catar, Arábia Saudita, Palestina): “Nota-se o senso de superioridade civilizatória nestes retratos polidíssimos do mundo-cão, aplicados a cidadãos precarizados do terceiro-mundo”. Leia a crítica completa.

Sons (dir. Gustav Möller | Dinamarca, Suécia): “Assistimos a cenas realmente chocantes de agressão, movidas pela personagem que o filme nos dizia ser uma figura de índole impecável. O que podemos fazer? Seguimos defendendo Eva, ou rompemos com ela?”. Leia a crítica completa.

Sujo (dir. Astrid Rondero, Fernanda Valadez | México, EUA, França): “Este retrato etéreo da criminalidade corre o risco de apenas reforçar o imaginário estereotipado da miséria mexicana, como os gringos adoram ver”. Leia a crítica completa.

Mostra Brasil

Barba Ensopada de Sangue (dir. Aly Muritiba | Brasil): “De certo modo, o rapaz aparenta se entregar à morte. Ele busca sua perdição, embora jamais compreendamos exatamente os motivos de tamanho apreço pelo sacrifício (ou pelo abandono de si)”. Leia a crítica completa.

Betânia (dir. Marcelo Botta | Brasil): “Os autores demonstram maior interesse em imaginar conflitos do que em desenvolvê-los. Roteiro, direção e montagem ficam indecisos quanto aos objetivos e focos desta narrativa coral”. Leia a crítica completa.

Dormir de Olhos Abertos (dir. Nele Wohlatz | Brasil, Taiwan, Argentina, Alemanha): “O longa-metragem sustenta uma catarse presa na garganta. Ninguém grita, chora, goza, ri. Os sentimentos ficam presos nestes corpos amolecidos pelo calor e pelo sentimento de estagnação”. Leia a crítica completa, e a entrevista com a diretora.

Idade da Pedra (dir. Renan Rovida | Brasil): “O cineasta responde unicamente à lógica da poesia. Felizmente, a vertente libertária jamais confunde ludicidade com ingenuidade, nem com condescendência”. Leia a crítica completa.

O Clube das Mulheres de Negócios (dir. Anna Muylaert | Brasil): “A comédia agrada pela filiação a uma proposta estética tão tipicamente brasileira. As ferramentas da sátira, da fantasia, do horror e da não-binaridade se revelam as mais potentes na busca pela representação de nosso Brasil brucutu”. Leia a crítica completa.

Oeste Outra Vez (dir. Érico Rassi | Brasil): “Estes palhaços tristes nos divertem pela incapacidade de atirar, embora sejam pistoleiros; pela dificuldade de despertar qualquer interesse nas mulheres de seus sonhos, embora teoricamente se sacrifiquem por amor”. Leia a crítica completa.

Praia Formosa (dir. Julia de Simone | Brasil, Portugal): “O filme se desenvolve entre as liberdades do cinema experimental e o acolhimento materno e generoso destas mulheres que parecem se compreender apenas pelo olhar”. Leia a crítica completa.

Retrato de um Certo Oriente (dir. Marcelo Gomes | Brasil): “Gomes oferece um filme estrangeiro a todos: sejam os brasileiros, os libaneses, os fãs do livro de Milton Hatoum, os cinéfilos acostumados aos seus projetos anteriores”. Leia a crítica completa, e assista à entrevista com o diretor.

Salão de Baile (dir. Vitã, Juru | Brasil): “O filme apresenta a potência e as especificidades da prática do ballroom no Brasil”. Assista à entrevista com as diretoras.  

Tijolo por Tijolo (dir. Quentin Delaroche, Victoria Alvares | Brasil, França): “Os autores trazem, por meio de uma estética leve, questionamentos políticos fundamentais. Esta arte cúmplice encontra na camaradagem a sua força e sua limitação”. Leia a crítica completa.

Um Dia Antes de Todos os Outros (dir. Valentina Homem, Fernanda Bond | Brasil): “Uma singela introdução a respeito de importantes temas que lhe servem de panos de fundo, ao invés de objetos de estudo”. Leia a crítica completa.

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